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aliás, se daria a partir da reparação de desfeitas públicas que lhe fizessem.
Após o incêndio criminoso que destruiu o Teatro Imperial, em março de 1824 na
noite da sessão solene pelo juramento da Constituição vários grupos amadores encenavam,
por conta própria, óperas e peças teatrais em pequenos auditórios improvisados. Um deles foi
o pequeno Teatrinho Constitucional de São Pedro, onde o ingresso só era permitido por
convite. Em setembro de 1824, Domitila foi barrada na entrada daquele teatro. Quando d.
Pedro chegou e soube que ela não pudera entrar, retirou-se imediatamente, muito aborrecido.
Logo depois, o intendente-geral de polícia, Francisco Alberto Teixeira de Aragão, que fora
nomeado, aliás, por influência de Domitila, mandava suspender as representações, e a
companhia Apolo e suas Bambolinas, responsável pelo teatro, era despejada do edifício. Seus
petrechos foram conduzidos, sob vaias, para arder numa fogueira em frente à igreja de
Sant Anna. Segundo Armitage, o diretor do teatro, quando interrogado acerca do incidente,
respondeu com bom humor que ele fora fechado por não querer admitir a Nova Castro . Esse
apelido, dado a Domitila em alusão à célebre Inês de Castro, era também o título de uma
tragédia em moda.
Outro escândalo daria finalmente a Domitila a oportunidade de se projetar no próprio
Paço. Na Semana Santa do ano de 1825, pretendendo assistir às cerimônias religiosas na
tribuna reservada às damas do Paço, ela foi, por ordem do imperador, introduzida nesse
recinto. As damas presentes, em expressivo protesto, deixaram a tribuna. O escândalo foi
vivamente comentado em toda a cidade. Para reparar a ofensa, no dia do aniversário de d.
Maria da Glória, 4 de abril de 1825, d. Pedro nomeou Domitila primeira-dama da imperatriz.
Houve no Paço uma grande recepção para a nova primeira-dama da corte. Vestida de
branco, trazendo uma grinalda de botões de rosa nos cabelos, Domitila foi oficialmente
recebida por d. Leopoldina. O posto conferia a Domitila o direito de estar presente a todas as
reuniões e acompanhar a imperatriz a todas as excursões, além de assumir o lugar de honra
logo após Sua Majestade em todas as ocasiões públicas. Em suma, como diz Maria Graham,
de infligir à imperatriz o mais odioso dos incômodos, isto é, a sua presença, desde o
momento em que saía de seus apartamentos privados . Em 12 de outubro do mesmo ano,
aniversário do imperador, Domitila tornou-se viscondessa de Santos, pelos serviços que
prestara à imperatriz , conforme o decreto.
Sua família mais próxima era constituída dos pais, seus filhos legítimos e ilegítimos,
seus sete irmãos, dos quais quatro homens que foram todos militares do Exército. Havia
também o tio materno Manuel Alves, a tia-avó Flávia e as primas Santana Lopes, todos
mencionados nas cartas de d. Pedro para a amante. Grupo que aumentaria, segundo Mareschal,
a partir de 1827: A família aflui de todos os cantos: uma avó, uma irmã e uns primos acabam
de chegar . D. Pedro sentia-se perfeitamente à vontade com a família da amante e escrevia à
mãe de Domitila, d. Escolástica, tratando-a prosaica e familiarmente de minha velha . Com
Domitila também se beneficiava das graças imperiais a sua enorme parentela. Seus irmãos
foram promovidos na carreira militar; um tio obteve reforma com documentos falsos; e até o
antigo amante de Domitila em São Paulo, d. Francisco de Assis Lorena, progrediu
rapidamente, de posto em posto.
Mal se iniciara o romance com Domitila, o insaciável estróina , como o chama um
biógrafo, já se metia sob os lençóis de Maria Benedita, irmã mais velha da amante e casada
com Boaventura Delfim Pereira. D. Pedro precisaria a data de pelo menos um dos encontros
que manteve com Benedita em carta a um amigo. Falando de seus filhos bastardos, refere-se
àquele que foi feito naquela noite de 27 de janeiro de 1823 e nasceu em 5 de novembro do
mesmo ano, por um motivo bem simples, que a mãe não era burra .
De fato, em reconhecimento à inteligência da mulher que, segundo Mareschal, era
uma simplória , Boaventura foi nomeado, em abril de 1824, superintendente da Fazenda de
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